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sexta-feira, 4 de outubro de 2019

THEODORICO BEZERRA


Theodorico Bezerra – Nasceu em Santa Cruz-RN,  em 23 de agosto de 1903 e falecido em 5 de setembro de 1994, aos 91 anos de idade. Filho de José Pedro Bezerra e de Ana Bezerra de Sousa. Era sobrinho do coronel Ezequiel Bezerra.
Foi deputado federal por quatro legislaturas e deputado estadual de 1946 a 1951, vice governador de 31 de janeiro de 1961 a 31 de janeiro de 1966. Pertenceu ao PSD (Partido Social Democrático uma verdadeira máquina de se ganhar eleição em sua fase áurea) do qual foi presidente por cerca de 16 anos, e, tempos depois ingressou na ARENA. Seu legado familiar permanece ainda hoje na política do Rio Grande do Norte, em figuras como as de seu filho Kleber Bezerra, que foi deputado estadual seus sobrinhos Fernando Bezerra (ex-senador) e Iberê Ferreira (ex-deputado, vice-governador e governador), ou de seus netos Teodorico Neto e Jorge Eduardo de Carvalho Bezerra, os dois prefeitos de Tangará.
Tinha orgulho de ter “fundado” o que ele chamava de “escola de fazer política” no Estado, o famoso Grande Hotel, e era lá, onde o professor Theodorico Bezerra formado na universidade da vida transmitia aos jovens políticos as malicias e manobras da “ciência” das velhas raposas. O seu restaurante foi palco de grandes decisões da vida publica do RN.
Um caso emblemático no final dos anos 50:
Em 1960, pretendia apoiar o candidato de Dinarte Mariz, (Djalma Marinho), para o governo do Estado, mas, atendendo a um apelo de Juscelino passou a apoiar Aluízio Alves. (uma pequena parcela do Partido ficou liderada por Mota Neto). Dizem que o emissário de (JK) teria sido o cearense Armando Falcão.
Tudo conquistou com muito trabalho, suor e sagacidade. Ainda jovem, na capital, comprou e vendeu de tudo. Foi mascate, comerciante ambulante, padeiro e comprador de couro de animais, atividade com que mais se identificou. Serviu ao Exército, entre 1923 a 1924, saindo como cabo graduado.
Na política estadual como na vida privada, nunca perdeu a oportunidade de ocupar espaços. O majó possuía Inteligência privilegiada e uma visão intuitiva. Sua fazenda “Irapuru”, distante 15 km de Tangará, com 14 mil hectares, a maior das quatro fazendas na região do Trairi, era o seu templo sagrado. Por lá passaram visitantes ilustres e de expressão na política estadual e nacional. Juscelino Kubistchek de Oliveira foi um deles, quando candidato a Presidência da República, tornar-se-ia seu amigo particular tempos depois. Em tempos áureos do algodão, chegou a empregar 4 mil funcionários.
Além de plantar algodão chegou a possuir três fábricas de óleo, uma refinaria de óleo e duas usinas de beneficiamento de algodão. Ficou conhecido ainda como
hoteleiro. Comprou vários hotéis, como o Internacional, o Avenida, o Palace Hotel e o Hotel dos Leões no bairro da Ribeira. Arrendou também entre 1939 e 1987, o Grande Hotel, que depois se transformou no Fórum Estadual. Foi dono também da Rádio Trairi e do Jornal do Comércio de Natal. Em 1978, foi tema do documentário “Theodorico, o Imperador do Sertão”, dirigido por Eduardo Coutinho e apresentado no programa Globo Repórter, da TV Globo.
O velho majó nunca se aposentou, sempre dizia aos mais próximos: “quero morrer trabalhando e não deitado numa cama” De preferência ouvindo o canto dos passarinhos em Irapuru que ele nunca permitia que matassem, – faziam parte – de suas regras, aliás, 12 delas, (duas a mais que as de Moisés do Velho Testamento) e de pleno conhecimento de familiares, agregados e empregados aos quais periodicamente distribuía favores. Em vez de pagar-lhes.salário pelo trabalho na lavoura. estabeleceu regras para a permanência dos seus funcionários. O lugar era uma espécie de “centro administrativo” das atividades na zona rural. Quem desejasse ficar tinha de seguir várias orientações; como não usar arma, não jogar baralho e matricular os filhos na escola local.
Criou uma Banda de Música Feminina com as filhas dos moradores e que animavam seus palanques eleitorais e as festas cívicas, onde promovia os desfiles na fazenda. Gostava de festas e os alpendres da casa grande nunca faltava gente, música, dança e muita bebida. “Aqui não gosto de ver copo vazio” – dizia que adorava ver os amigos de porre. Espirituoso, suas frases ficaram na história do folclore político do Rio Grande do Norte e na memória popular com repercussão nacional, por exemplo:
Política é feita de tudo que é bom: música, foguetão, dança e mulher”.
“A luz que vai na frente é a que clareia mais”.
No mercado do lugar ainda se observa na parede uma série de orientações, entre elas, não falar da vida alheia. “O morador que não cumprir fielmente este regulamento, será tomado o roçado e terá o prazo de 24 horas para desocupar a casa e ir embora desta propriedade”, diz o documento em que constam as regras do lugar.
Eis outras de suas regras:
Ninguém pode criar os filhos sem escola;
é proibido caçar e pescar;
é proibido matar passarinhos;
é proibido andar armado;
é proibido fazer quarto a defunto;
“aqui não quero ver ninguém parado, até na hora de morrer tem que estribuchar como preá”…
O Velho majó Theodorico fez história.
POR CÉSAR FILHO

THEODORICO BEZERRA


Teodorico Bezerra (Santa Cruz, 23 de julho de 1903 — Natal, 5 de setembro de 1994) foi um líder político brasileiro do estado Rio Grande do Norte, considerado um típico "coronel" do nordeste em pleno século XX. Era tio de Fernando Bezerra.

BIOGRAFIA

Filho de José Pedro Bezerra e de Ana Bezerra de Sousa. Fez os primeiros estudos em sua terra natal. Em 1917 exercia o comércio, como ambulante, em princípio comprando e vendendo tudo. Também foi mascate, comprador de couros de animais e padeiro. Mas o negócio de couro é que teve maior expressão na sua vida de comerciante. Parou suas atividades quando foi servir ao exército, no 21º Batalhão de Caçadores, em Natal, onde permaneceu de 1923 até 1924, quando chegou até a graduação de cabo. Por essa razão, ficou conhecido pela alcunha de “cabo”. O título de “major” apareceu depois, quando militava na política. Era sobrinho do coronel Ezequiel Bezerra. Era proprietário de quatro fazendas no agreste do estado, sendo a maior delas a Fazenda Irapuru, latifúndio de 14 mil hectares, onde Teodorico plantava algodão e vivia como um verdadeiro senhor feudal, cercado de "súditos" a quem periodicamente distribuía favores, em vez de pagar-lhes salário pelo trabalho na lavoura. "Irapuru", que fica distante 15 km de Tangará, estabeleceu regras para a permanência dos seus funcionários. O lugar era uma espécie de "centro administrativo" das atividades na zona rural. Quem desejasse ficar tinha de seguir várias orientações como não usar arma, não jogar baralho e matricular os filhos na escola local. No mercado do lugar ainda se observa na parede uma série de orientações, entre elas, não falar da vida alheia. "O morador que não cumprir fielmente êste regulamento, será tomado o roçado e terá o prazo de 24 horas para desocupar a casa e ir embora desta propriedade", diz o documento em que constam as regras do lugar. A residência do "major" está preservada até os dias de hoje. É a casa onde os filhos passam temporadas. Além da casa, existe um castelinho de pedras feito para descanso de Teodorico. "Ele dizia que pela manhã havia muita zoada dos empregados da casa e gostava de ficar lá", lembra a filha Sânzia Bezerra.

EMPRESÁRIO

Além de suas fazendas chegou a possuir três fábricas de óleo, uma refinaria de óleo e duas usinas de beneficiamento de algodão. Ficou conhecido ainda como hoteleiro. Comprou vários hotéis, como o Internacional, Avenida, Palace Hotel e o Hotel dos Leões que funcionava onde fica o escritório da Ecocil na Ribeira. Arrendou também entre 1939 e 1987, o Grande Hotel, onde hoje é o Fórum Estadual. Em tempos áureos do algodão, chegou a empregar 4 mil funcionários na sua Fazenda Irapuru. Ficou conhecido como hoteleiro. Comprou vários hotéis, como o Internacional, Avenida, Palace Hotel e o Hotel dos Leões que funcionava onde fica o escritório da Ecocil na Ribeira. Arrendou também entre 1939 e 1987, o Grande Hotel, onde hoje é o Fórum Estadual. Eleito Deputado Estadual em 1947, pelo Partido Social Democrático, estendeu seu poder a boa parte do território potiguar [1] . Foi dono também da Rádio Trairi e do Jornal do Comércio de Natal. Em 1978, foi tema do documentário "Teodorico, imperador do sertão", dirigido por Eduardo Coutinho e apresentado no programa Globo Repórter, da TV Globo. Seu legado familiar permanece ainda hoje na política do Rio Grande do Norte, em figuras como as de seus sobrinhos Fernando Bezerra (ex-senador) e Iberê Ferreira (ex-deputado, vice-governador e governador), ou de seus netos Teodorico Neto e Jorge Eduardo de Carvalho Bezerra, os dois mais recentes prefeitos de Tangará.

POLÍTICO

Além de ter sido um comerciante de muita fortuna, fez sucesso na política. De deputado estadual pela primeira vez em 1947, depois deputado federal por 4 mandatos. No ano de 1960, apoiou Aluísio Alves e monsenhor Walfredo Gurgel para governador e vice, respectivamente, ambos eleitos. Dois anos mais tarde o "major", acostumado a vencer, obteve sua primeira derrota na política; não conseguiu se eleger senador da República, quando se candidatou em 1965, perdendo a disputa para o ex-aliado monsenhor Walfredo Gurgel que, como ele, Teodorico, pertencia ao Partido Social Democrático. Pela razão de ter perdido a eleição, respondeu ao ser indagado por Raimundo Alves de Souza: "Fiz tudo para ter o Padre como companheiro de disputa das vagas no senado. Desejava ver dois pedessistas vitoriosos, porém esqueci que tem mais capelas, igrejas e santuários que diretórios do PSD. E o padre teve mais votos do que eu." Pouco tempo depois, assumiu o cargo de vice-governador, na vaga deixada por monsenhor Gurgel, eleito senador. Assumiu também a presidência da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte. Teodorico também foi presidente regional do diretório do PSD, que teve início quando da posse no dia 3 de fevereiro de 1949. Como chefe político arranjava formas inusitadas de arregimentar eleitores. Em 1959 resolveu formar uma banda de música para tocar nas campanhas políticas. O maestro era Oscar Elias Dantas, que comandava os 18 componentes, todos filhos dos moradores da fazenda.
FONTE - WIKIPÉDIA

THEODORICO, O IMPERADOR DO SERTÃO




Em 22 de agosto de 1978, foi ao ar Theodorico, o Imperador do Sertão, dirigido por Eduardo Coutinho. Exibido como um Globo Repórter Documento, o programa era centrado no personagem que dá título ao documentário, o “major” Theodorico Bezerra, ex-deputado federal e vice-governador, além de presidente do Partido Social Democrático (PSD) do Rio Grande do Norte, e que, aos 75 anos, ainda exercia um total domínio sobre suas terras e as pessoas que o cercavam.

O cineasta viajou para a fazenda de Irapuru, a 100 quilômetros de Natal, para traçar o perfil de Theodorico. O filme tinha muitos planos longos e a narração era do próprio Theodorico falando diretamente para a câmera e comandando as entrevistas. Eduardo Coutinho havia ficado incomodado com as intervenções do patrão durante os primeiros depoimentos dos empregados e decidiu dar a ele o posto de entrevistador, um recurso que serviu para expor as relações de poder e explicitar o autoritarismo. O resultado é um retrato bastante vívido do coronelismo
FONTE – MEMÓRIA GLOBO

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PORTAL TERRAS POTIGUARES NEWS, MOSSORÓ-RN, COM 79 BLOGS E MAIS DE CINCO MIL LINKS. STPM JOSÉ MARIA DAS CHAGAS, MOSSORÓ-RN, 12 DE SETEMBRO DE 2018